O texto integral do Plano Estadual de Educação (PEE), que inclui
diretrizes sobre respeito à diversidade sexual, deve ser mantido pelo
governo. Essa é a expectativa do coordenador da Comissão Estadual de
Elaboração do Plano, Lucas Fernandes.
Fernandes não acredita que o documento sofrerá modificações antes de
chegar à Assembleia Legislativa (AL), na segunda quinzena de julho.
Deputados de oposição e situação têm pressionado o governador Camilo
Santana (PT) a vetar do plano trechos sobre sexualidade e homofobia
antes de enviá-lo à Casa.
Na última terça-feira, 23, por 25
votos a 10, a Câmara de Fortaleza rejeitou conteúdo de teor semelhante
no Plano Municipal de Educação (PME).
Fernandes
informa que, ainda nesta semana, o Executivo enviará o projeto para ser
avaliado pelo Conselho Estadual de Educação. Só depois da aprovação no
órgão, o PEE irá a plenário na AL, em data ainda não definida.
“Não
posso falar pelo governador sobre possíveis alterações (do plano), mas a
ideia é manter o texto o mais fiel possível ao discutido no plenário
estadual”, diz.
Cotado para relatar a matéria na Assembleia, o
deputado estadual Elmano de Freitas (PT) afirma que os parlamentares
devem ter uma discussão diferente da que houve na Câmara Municipal.
“O
foco do plano estadual é ensino médio e superior. Estamos falando de
jovens que já têm um posicionamento que diz respeito a sua orientação
sexual”, argumenta. Para Elmano, o texto deve ser apresentado com o
intuito de combater o bullying.
“Acho difícil qualquer pessoa
ser conivente com o fato de o Estado não promover ações para evitar que
um jovem abandone a escola por sofrer preconceito”, explica. Elmano diz
acreditar que, na AL, diferentemente da Câmara, o debate será “menos
acirrado e capaz de um consenso”.
“Acredito que o debate
(sobre o plano) vai ser palpitante, porque temos colegas com posição
conservadora e outros que têm um posicionamento mais progressista”,
projeta o deputado governista Sérgio Aguiar (Pros), que preferiu não
manifestar opinião até a redação final do PEE.
Para o
oposicionista Heitor Férrer (PDT), sexualidade não deve ser ensinada na
escola “porque seria algo inato e natural de cada indivíduo”. O
pedetista concorda, no entanto, com a criação de mecanismos contra a
homofobia.
“O respeito é indispensável.
A diversidade deve ser respeitada para evitar o preconceito”, defende.
“O respeito é indispensável.
A diversidade deve ser respeitada para evitar o preconceito”, defende.
Líder
do governo na Casa, Evandro Leitão (PDT) admite que ainda não há
articulação da base para aprovar o plano na íntegra. “Acredito que, até o
dia 17 de julho, o PEE entre em pauta no plenário”, diz.
O prazo para elaboração do plano estadual terminou no último dia 26.
Fonte: O povo
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